sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Semanada: subsídio ou recompensa?

O que eu gosto nas TED Talks é que, em poucos minutos, conseguem agarrar nas nossas convicções e pô-las de pernas para o ar.
Sempre acreditei que a semanada era uma coisa boa. Que podia ensinar as crianças, desde muito pequenas, a fazer contas e a ter uma noção do valor do dinheiro. Quer fosse um valor maior ou mais pequeno, poderia ensiná-las a entender que o dinheiro não é um recurso infinito, dependente da boa-disposição dos pais. Seria uma forma de os preparar para, mais tarde, gerir um ordenado e fazê-lo chegar ao fim do mês. De preferência até poupar.
Mas o "pormenor" em que este conceito de semanada difere do conceito de ordenado é que a nós, adultos, pagam-nos para fazer um trabalho. Ou seja, pagam-nos por uma qualquer razão, e não apenas porque existimos. No caso das crianças, continuo a achar que, consoante os casos, pode haver um "ordenado base" e um sistema de incentivos. Ou um valor para o que se define ser essencial e outro para extras.
Cameron Herold fala sobre empreendedorismo e sobre como podemos encorajar esse comportamento em crianças que o demonstrem. Embora, na minha opinião, seja um pouco radical aqui e ali, vale a pena ouvir o que tem a dizer sobre isto:
As mesadas estão a criar nas crianças de tenra idade a expectativa do vencimento regular. O que eu faço com os meus filhos é ensiná-los a andar pela casa e jardim, à procura de coisas que precisem de ser feitas. A virem ter comigo e a dizerem-me o que é. Ou vou eu ter com eles e digo-lhes, "Aqui está o que quero feito." E então sabem o que fazemos? Negociamos quanto é que eles vão receber de pagamento. Eles não têm um cheque regular, mas têm mais oportunidades de encontrar mais coisas, e aprendem a negociar e encontrar oportunidades. Cada um dos meus filhos tem dois porquinhos-mealheiro. 50 por cento de todo o dinheiro que eles ganham ou que lhes dão, vai para a conta da casa. Os outros 50 porcento vão para a conta dos brinquedos e podem gastar no que quiserem. Os 50 por cento que vão para a conta da casa, a cada seis meses, vão para o banco.
E, já agora, sobre criatividade e autonomia:
Não lhes leiam histórias para adormecer todas as noites. Talvez quatro noites por semana leiam histórias para adormecer, e três noites por semana façam-nos contar histórias. Porque é que não se sentam com os vossos filhos e lhes dão quatro coisas, uma camisa encarnada, uma gravata azul, um canguru e um computador portátil, para os fazerem contar uma história sobre essas quatro coisas. Os meus filhos fazem-no constantemente. Isso ensina-os a vender; isso ensina-lhes criatividade; isso ensina-os a pensarem por si próprios. Façam simplesmente esse tipo de coisas e divirtam-se com isso.
Se estiverem mesmo com muita pressa ou quiserem ir direto ao assunto, vejam só a partir do minuto 13:12.

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